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A Assembleia da República chumbou recentemente projetos de lei para reconhecer a profissão de bombeiro como de desgaste rápido. Talvez viva numa realidade paralela, mas não é neste retângulo à beira-mar plantado que, todos os anos, estes profissionais são desesperadamente chamados às portas do inferno? O ano de 2025 é o terceiro pior em termos de área ardida e não há como já ter esquecido o pesadelo de Arganil, o maior de sempre desde que há registo. Eu não fui combater as chamas e os políticos portugueses também não (embora um ou outro o tenha simulado de forma ridícula). Quem lá esteve foram os bombeiros. Dias e dias, numa luta contra o fogo, o cansaço e a frustração. De facto, não se trata de desgaste rápido, é um desgaste fulminante, supersónico e diretamente proporcional à vergonha deste chumbo.