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A investigação da PSP que conduziu à detenção de dois dos seus agentes, pela suspeita da prática de tortura a pessoa detida, deve, apesar de tudo, potenciar a confiança da sociedade na instituição. Um crime que, a confirmar-se, impõe um total repúdio e a assunção - sem restrições! - da sua inadmissibilidade, mas que permite, pela ação desencadeada, até para os mais céticos, imprimir uma projeção de isenção, imparcialidade e capacidade de autorregulação.
Este tipo de ocorrência, que embaraça os demais polícias, deve permitir e impulsionar a aferição da inerente ação de supervisão desenvolvida. É neste nível de enquadramento hierárquico que se procurará sempre encontrar responsabilidades e a adequada ação de prevenção potenciadora de redução da probabilidade de ocorrências contrárias à lei e aos regulamentos.
A supervisão e a primeira linha de comando são pilares fundamentais de qualquer organização. É de quem se espera o maior conhecimento e experiência e, na PSP, são os seus chefes que a devem desempenhar.
Numa época de clara mudança demográfica e social, em que os direitos fundamentais exigem uma atuação policial imaculada, ultrapassados os tempos em que se secundarizou a importância deste patamar hierárquico, impõe-se dotar as Forças de Segurança de uma supervisão motivada, com capacidade de motivar, apoiar e controlar a ação dos seus subordinados.
Para que se desenvolva uma competente ação de supervisão, é necessário que quem tutela e dirige reconheça genuinamente a sua importância, a dote de prestígio, respeito, relevância e da formalidade de liderança que a função exige.
Que o nível de exigência e expectativa sejam proporcionais ao nível do reconhecimento!