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A penúltima jornada, vestida de azul e branco em xadrez, trazia a oportunidade de carimbar o terceiro lugar. Essa possibilidade, sem confirmação matemática, é agora um facto, sendo que do Bessa saem mais dois exemplos do que tem sido a época do F.C. Porto. Por um lado, mais um golo monumental de Rodrigo Mora, daqueles que fazem delícias, pagam o bilhete, reconciliam com a arte no futebol, num jogo que parece cada vez mais reservado a máquinas. No âmago de Mora respira-se futebol espontâneo, daquele que se vê em toques de génio e que, naturalmente, ainda tem que conquistar mais influência em 90 minutos. Mas não é fácil. O colectivo não ajuda porque a equipa não tem crescido de forma decidida desde a chegada de Anselmi. Por outro lado, o lance entre Zé Pedro e Nehuén Pérez entra para a categoria das anedotas da arbitragem, sendo também o espelho de muitos dos desastres defensivos esta época.
Entre esquecer e recordar, todos esperam pelo fim da época que preparará o Mundial de Clubes. Garantida a entrada na Liga Europa, caberá ao F. C. Porto fazer as opções e construir o plantel no mês que nos separa do Mundial de Clubes. Saber se Fábio Vieira continuará, se a negociação com a cláusula de Mora permite mais um ano no clube, se Marcano continua, equacionar quem deixa de contar e quem passa a prioridade. A questão do treinador e do sistema táctico também continua em cima da mesa. Uma eventual tragédia na grande competição que se aproxima não reservará um início de época sem dúvidas. As decisões tomam-se agora.