Corpo do artigo
No ano agora iniciado, cumprimos o primeiro quarto do século XXI. E a primeira coisa que me ocorre é que o tempo passa de facto muito depressa. Ainda ontem estávamos a celebrar a passagem do milénio e já lá vão 25 anos! Esta perceção da rapidez com que passam os anos é uma boa lição de vida. Mostra com a maior evidência que o tempo passa inexoravelmente e com ele vão-se as oportunidades não exploradas, os desafios não assumidos.
Enquanto país, Portugal tem sido, infelizmente, um exemplo de desperdício de tempo. Os anos passam e à escala europeia o país continua a não crescer ao nível da maioria dos seus congéneres europeus. As reformas estruturais de que o país precisa, há muito diagnosticadas, continuam a não se concretizar por falta de um verdadeiro acordo de regime dos partidos que têm assento na Assembleia da República. Com isto, não é de estranhar que as “Farpas” de Eça de Queirós, recentemente recordadas por altura da transladação do seu corpo para o Panteão Nacional, permaneçam tão atuais como na altura em que foram escritas, no longínquo século XIX.
Isto acontece porque a política nem sempre é encarada como um meio para assegurar mais desenvolvimento e qualidade de vida aos territórios, sendo tantas vezes interpretada como um fim em si mesmo. Quando é assim, perdem-se os intérpretes nas tricas e contorcionismos da espuma dos dias
Tenho para mim que a política é uma das mais nobres artes. É a arte do bom governo, está ao serviço das pessoas e é o meio para a resolução dos seus problemas. Enquanto autarca, tenho procurado ser fiel aos meus princípios. Encaro a política com espírito de missão e com total dedicação ao superior interesse público. Reconheço em muitos colegas autarcas a mesma linha de pensamento e é seguramente por isso que é consensualmente reconhecido que uma das grandes conquistas de Abril foi o poder local.
Este será um ano de grandes desafios. Existem janelas de oportunidade, sobretudo geradas pelo PRR - Plano de Recuperação e Resiliência e pelo Portugal 2030 que não podem ser desperdiçadas. O facto de este ser também um ano de eleições autárquicas não nos pode fazer desviar, e a mim não o fará, do verdadeiro propósito da política: desenvolver Portugal e, no meu caso, desenvolver sobretudo Vila Nova de Famalicão.
Um bom ano para todas e todos!