É impressionante a quantidade de pessoas que têm aparecido nos espaços públicos, o tradicional e o virtual, a opinar sobre a greve na Autoeuropa.
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Não faço a mais pequena ideia se as novas condições a negociar são boas ou más, se a proposta é a possível para os trabalhadores ou impossível de aceitar. Desconheço se a empresa está a aproveitar as fragilidades do contexto global ou a aproveitar-se das debilidades dos trabalhadores. Não sei se a Volkswagen quer servir-se do povo ou servir-lhe o melhor que tem e pode. Não sei eu, como não sabem praticamente todos os que não são nem trabalhadores nem administradores da Autoeuropa, mas que ainda assim não se coíbem de ensinar, a uns e a outros, o que devem, podem e têm de fazer.
Talvez fosse mais avisado terem calma e deixarem-nos conversar. Os trabalhadores da Autoeuropa, depois de anos a serem elogiados pela forma responsável como souberam negociar as suas condições laborais, não se transformaram, de repente, em manobráveis ignorantes à mercê de perigosos comunistas que querem destruir o país. Nem a administração vai colocar tanto investimento e trabalho em causa por uma greve. Já não basta de histeria?
* JORNALISTA