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A assinatura do contrato do troço de alta velocidade Poceirão-Caia (eixo Lisboa-Madrid) representa, sob diversas perspectivas, uma opção criteriosa no sentido do progresso e da competitividade do nosso país. Desde logo, pela necessidade de Portugal atrair e manter investimento. Tal como tem sido salientado nas conferências mundiais sobre investimento internacional, os países que demonstram maior capacidade para atrair investimento directo estrangeiro - revelando-se, portanto, mais competitivos e capazes de criar emprego - são aqueles que possuem infra-estruturas indutoras de uma elevada mobilidade geográfica, de que a alta velocidade é o melhor exemplo.
De facto, se é certo que se vive um difícil período pós-crise internacional que tem obrigado a maioria dos países à implementação de medidas de contenção de despesa, também é certo que esta situação exige que as economias reajam e que não caiam num fatal marasmo. Atente-se que, neste início de século XXI, assegurando uma dinâmica futura para as suas economias, grandes potências mundiais, como os EUA e a China, assim como a maioria dos países europeus, empenham-se na edificação da ferrovia de alta velocidade. Por exemplo, em Espanha, o Executivo de Zapatero traçou já um ambicioso plano de expansão da alta velocidade estando este propósito também presente em países como a Alemanha, a Holanda, a Áustria, a Bélgica, o Reino Unido, a Roménia, a Hungria mas, sobretudo, em França, onde o TGV se tornou, há 29 anos, um meio de transporte incontornável, impondo-se mesmo ao aéreo.
Depois, pela aposta que urge fazer num modelo de crescimento económico sustentável. Numa altura em que é expectável uma escassez, a prazo, do petróleo - e consequentemente o aumento do preço dos combustíveis fósseis - procuram já planear a transição para a "era pós-petróleo", analisando soluções alternativas para os transportes, emergindo a alta velocidade como uma excelente opção.
Por fim, dado que Portugal é, há muito, regionalmente assimétrico, urge investir em projectos que reforcem a atractividade dos territórios e dos sectores económicos, promovendo emprego e coesão territorial e social.