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A partir de domingo, o TikTok será banido dos EUA, conforme Joe Biden e Donald Trump chegaram a desejar? Dificilmente.
Uma lei, que foi aprovada pelo Congresso e assinada pelo presidente norte-americano, em abril passado, prevê que aquela rede social fique indisponível já este domingo, a menos que deixe de pertencer à Bytedance, a empresa chinesa acusada de fornecer dados dos utilizadores ao Governo nipónico e de colocar em causa a segurança dos EUA.
Após tanta polémica e notícias não confirmadas de que Elon Musk se prepararia para adquirir o TikTok (à semelhança do que fez com o Twitter), o cenário é de reviravolta. E é fácil perceber porquê. No seu primeiro mandato, Trump considerou o TikTok como inimigo. Depois, quando foi banido do Facebook por causa da invasão do Capitólio, passou a classificar a plataforma de Mark Zuckerberg como aliada de Pequim e criou uma conta no TikTok onde atualmente tem quase 15 milhões de seguidores. Recentemente elogiou o patrão da Meta pela alteração à política de moderação de conteúdos. Com o amigo Elon Musk agora dono do X, o presidente eleito dos EUA passa a ver também o Facebook como um aliado, ao mesmo tempo que tem um alcance extraordinário no TikTok.
De resto, Trump toma posse na segunda-feira e muito dificilmente gostará de ficar na História como sendo o carrasco do TikTok no país, sabendo da influência da rede nos seus apoiantes. Como verdadeiro negociador que é, pretende adiar a proibição por 60 a 90 dias, até encontrar uma solução política para a questão.
É aqui que entra Joe Biden. Embora tenha inicialmente adotado uma postura firme em relação ao apagão do TikTok, esta semana correram notícias de movimentações que indicam a possibilidade de reavaliação ou adiamento das medidas previstas. Ter Donald Trump como um influenciador do X, Facebook e TikTok poderá ser pior que a alegada espionagem chinesa.