O JN está a publicar, desde sábado, uma sondagem diária que toma o pulso à campanha para as legislativas. Soará repetitivo, mas vale a pena fazer alguns alertas e relembrar metodologias.
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Desde logo, que não se pode esperar que uma sondagem aponte resultados exatamente iguais aos que vão resultar da votação. Ao contrário, é expectável que haja desvios. Mais do que um exercício de adivinhação, uma sondagem é uma forma de medir as tendências do eleitorado. É, portanto, um retrato do momento em que é feita. E isso fica ainda mais evidente no trabalho que a Pitagórica está agora a fazer para o JN, a TSF e a TVI. Apesar de usar uma amostra que tem sempre a mesma dimensão (cerca de 600 inquiridos), os resultados são atualizados todos os dias, ao longo de duas semanas, com a substituição das 150 entrevistas mais antigas pelas 150 mais recentes. O que permite perceber como está a evoluir a opinião dos portugueses.
Acresce que, com esta metodologia, a amostra é completamente renovada em cada ciclo de quatro dias. Por exemplo, os resultados da sondagem diária que lhe apresentamos hoje resultam de uma amostra de inquiridos que já nada tem a ver com a de domingo passado. Mas há um outro fenómeno que também é preciso ter em conta. Mesmo que a amostra, como é o caso, seja um espelho rigoroso da geografia humana do país, mesmo que a recolha seja feita sem falhas, há sempre que contar com uma margem de erro de 4%. Uma margem que, nesta altura, não altera nada, por exemplo, na perceção de quem vai ganhar as eleições (o PS segue com um confortável avanço sobre o PSD), mas pode ter ainda um efeito assinalável entre os mais pequenos, nomeadamente na posição relativa de partidos como a CDU, o CDS ou o PAN. Resumindo: acompanhe os resultados e a análise, mas lembre-se que é só a 6 de outubro que se decide o resultado. E que todos os votos contam.
*Chefe de Redação