Esta semana, a notícia com mais novidade foi mesmo a de que o Facebook e o Instagram terão de reconsiderar os seus padrões comunitários de nudez e atividade sexual, para que as fotografias que mostrem mamilos femininos não sejam bloqueadas pelo algoritmo. Isto porque as normas em vigor são alheias a pessoas transgénero ou não-binárias e, assim, contrárias aos padrões internacionais de direitos humanos. Uma revolução, portanto!
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Vejamos as outras notícias.
A CEO da TAP foi a uma audição parlamentar e conseguiu estar três horas sem responder à principal questão levantada pelos deputados: Alexandra Reis foi ou não demitida? Resposta preciosa para percebermos os contornos da indemnização de 500 mil euros e do rigor legal do conteúdo comunicado pela transportadora aérea à CMVM. Ninguém sabe. Ainda se lembra do que disse Joe Berardo no Parlamento? Christine Ourmières-Widener não chegou a tanto, mas esteve lá perto.
E, no mesmo dia, a ministra da Agricultura, numa outra audição na Assembleia da República, também não sabia que a então secretária de Estado Carla Alves tinha contas bancárias arrestadas. Só soube "na noite após a tomada de posse". Mas conhecia o processo que envolvia o marido. Coisa pouca......
No meio dos dias, o país ficou ainda a conhecer mais um caso que, segundo o Ministério Público, envolve dinheiro entregue em mãos por um empresário a um autarca. Suspeitas de corrupção em projetos urbanísticos também não são surpresa para ninguém.
Por fim, as escolas. Mais greves, mais professores descontentes, mais pais desesperados. Mais negociações. Mais uma realidade vivenciada ano após ano, mesmo que com outros protagonistas. Em décadas de ensino, só se avançou "poucochinho".
A semana fecha sem assombros. Alexandra Reis não foi a única administradora da TAP a sair rica da empresa e a PJ fez buscas na Câmara de Lisboa.
Tal como pondera a dona do Facebook e do Instagram, os algoritmos da política também precisam de ser mudados. É que estamos sempre a ver a mesma coisa.
*Diretor-adjunto