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A taxa turística em Portugal começou a ser implementada em diferentes cidades, em momentos distintos. Lisboa foi pioneira em 2016. A partir daí, muitas cidades seguiram o exemplo. Mas se o princípio dessa taxa faz sentido por arrecadar fundos para a manutenção das infraestruturas locais, as suas consequências têm desencadeado outros problemas. Hoje é vista como uma cobrança injusta para aqueles que viajam em trabalho e, muitas vezes, sem outra opção.
O exemplo mais claro é quando nos deslocamos a Lisboa para reuniões diversas, na cidade onde está centralizado o Governo do país, e temos de pagar a taxa. Ainda acresce o valor do alojamento, hoje tão inflacionado para as empresas. Trabalhar em cidades turísticas está a tornar-se incomportável para alguns setores profissionais. Berlim e Milão são exemplos de cidades com isenções da taxa para viagens de negócios, mas a implementação é complexa: exige regulamentação local, verificação de documentos, declaração das empresas e sistema de registos das viagens, promovendo um ambiente mais favorável para as empresas. Torna-se urgente abordar o tema e realizar um debate amplo e sério para um consenso coletivo. Uma coisa é certa, é este o país que queremos? Ser só um país turístico? E se um dia passa de moda?
Precisamos de um país que diversifique a oferta de serviços e infraestruturas para atender tanto turistas quanto empresários e que controle o crescimento turístico para evitar a saturação e manter a qualidade de vida das empresas e das cidades. Urge uma estratégia de desenvolvimento para o futuro do país.