Dizer que o F. C. Porto foi absolutamente merecedor da vitória frente ao Rio Ave é ver a balança do jogo pelo lado do sangue quente.
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Na realidade, sentiu-se que a equipa precisava de uma transfusão de titulares, alguns daqueles que hoje aparecerão frente ao Inter de Milão. Ainda assim, foi o suficiente para ganhar e, apesar de tantas ausências, ser capaz de ultrapassar a falta de consistência a meio campo que permitiu que o Rio Ave, sólido e organizado, causasse calafrios no Dragão, literalmente até ao último minuto. O F. C. Porto podia ter resolvido o jogo após o 1-0, com um par de boas oportunidades, mas nunca se sentiu confortável ou controlador de um jogo que podia, na primeira parte, ter um rumo semelhante ao da primeira mão em Vila do Conde.
Perante a ausência de Uribe e Otávio, Sérgio Conceição resolveu a equação com a subida de rendimento de Eustaquio. Percebe-se bem a influência e o que o canadiano pode dar à equipa num cenário de partilha de titularidade com os dois ausentes. Com uma enorme segunda parte, Eustaquio só precisa de uma equipa mais oleada à sua medida. Neste momento, é um F. C. Porto a desafiar os limites o que se vê, esforçando-se por ganhar três pontos num jogo cinza.
A pressionar a liderança, é este o F. C. Porto que fez nove jogos num mês e joga em Milão os 1/8 da Liga dos Campeões. Com a Liga, Taça de Portugal, Supertaça e Taça da Liga na mão, o F. C. Porto não tem razões para desconfiar de si. Apenas para conseguir descansar em competição, não comprometendo objectivos e reforçando o foco.
A subir
Mais do que nunca, é imperioso conseguir os três pontos e manter a pressão. Se há uma estrelinha que protege os campeões, fez uma aparição neste jogo. À semelhança do histórico que nos diz que o F. C. Porto é campeão quando ganha em Alvalade, evitar os jogos de azar é caminho aberto para revalidar o título.
A descer
Esconder um mau jogo atrás das ausências de vulto é algo que não suaviza nenhum adepto. O grau de exigência é imenso e, após alguns tiros nos pés, não há mais margem de erro. O comprometimento convoca mais arte. A falta de eficácia dos adversários ajuda.
(O autor escreve segundo a antiga ortografia)
*Adepto do F. C. Porto