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É do conhecimento geral que a mobilidade urbana no Grande Porto tem vindo a tornar-se mais complexa e heterogénea, com um aumento substancial das horas de ponta.
Várias são as razões justificativas para este incremento do trânsito. O aumento da população face às novas imigrações, o boom do turismo, as pessoas que, depois da covid-19, não regressaram aos transportes públicos, os problemas da habitação que todos os dias empurram famílias para a periferia ou os transportes públicos insuficientes na frequência e na irrigação ao território que foi crescendo na coroa externa ao Porto. Ainda, os elevados custos dos transportes públicos e a ausência de políticas adequadas nas portagens, empurram, todos os dias, o tráfego de mercadorias para as pontes do Freixo e Arrábida, em detrimento da CREP (Circular Regional Exterior do Porto), ou da ferrovia. E assim, a utilização do automóvel continua a aumentar, com impactos imediatos nas alterações climáticas e na saúde pública.
Para enfrentar esses desafios complexos, o Grande Porto tem de adotar uma abordagem de mobilidade integrada, que aposte na expansão e melhoria do transporte público, na criação de ciclovias seguras e na promoção de ambientes urbanos favoráveis ao caminhar. Campanhas de educação são obrigatórias na mudança de comportamentos.
Em síntese, o aumento do trânsito rodoviário representa, hoje mais do que nunca, um enorme desafio para o planeamento e gestão de cidades saudáveis. Urge enfrentá-lo com políticas corajosas, sem medo, disruptivas, que promovam a mobilidade sustentável na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, protegendo o nosso planeta para as gerações futuras.