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Têm chegado à crónica, nem era preciso, queixas e desabafos sobre a caótica situação do trânsito na cidade. Sou do tempo em que havia na Divisão de Trânsito municipal gente técnica competente (engenheiros Daniel Lima, António Abel) e não se viam os disparates que hoje ocorrem (Fernão Magalhães, Camões, Constituição, Boavista/Gomes da Costa). O problema é em parte provocado pelo metro, mas há falta de visão urbanística de uma cidade.
O Porto nunca foi fácil nesta matéria e Auzelle dizia, com razão, que o “feu rouge” não era fácil em cidade de quarteirões tão curtos” e, na altura, ainda havia “sinaleiros”. As queixas chegam de taxistas e condutores comuns e o “martírio” é visível para além das horas de ponta, mais agravado ainda em locais de obras, onde é justo referir o papel da Polícia Municipal na contribuição de minorar os impactes.
O que ocorre na Boavista/Gomes da Costa com o metrobus é exemplo acabado de quem não conhece as características económicas e sociais do “território de intervenção” e não sabe que com os perfis da via em execução se vai gerar caos idêntico ao gerado na marginal da Foz, aqui com mais gravidade. Será que ouviram alguém com saber e conhecimento na zona?
Dito isto, queixava-se-nos um taxista que o corredor Bus da Constituição foi substituído por “faixa de bicicletas”, quase inútil neste “lombo” de cidade acidentada para um e outro lado, apesar do bom desempenho que sempre teve.
O alerta deveria fazer pensar os responsáveis camarários em articulação com responsáveis de freguesias, pois a cidade está em “mudança”, mas o seu “perfil urbanístico tem história e visão” que não pode ser menosprezado.