Corpo do artigo
Esta semana ficou marcada por um acontecimento digno de registo, com a conferência de Imprensa promovida pelo Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que contou com as presenças de Luciano Gonçalves, presidente do CA, e de Duarte Gomes, diretor técnico para a arbitragem. O encontro cumpriu um dos desígnios da candidatura de Pedro Proença à FPF, que previa a criação de um diretor responsável pela componente técnica e de articulação com todas as áreas da arbitragem.
Num sinal claro de maior abertura, o CA fez o balanço das primeiras dez jornadas e não fugiu a qualquer questão. Ficou estabelecido novo encontro às 20.ª e 30.ª jornadas. A conferência aconteceu dias depois de uma audiência solicitada pela Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol (APAF), sócio ordinário da FPF, sobre o momento atual do futebol português, e no qual a APAF apresentou à FPF a intenção de promover mudanças regulamentares nas provas profissionais.
Num apelo à tranquilidade das competições, o presidente da FPF mostrou disponibilidade para, em assembleia geral (AG), ratificar eventuais alterações imediatas ao Regulamento Disciplinar, se essa for a vontade unânime dos clubes do futebol profissional em AG da Liga Portugal, no respeito absoluto pelo princípio da autorregulação. Cabe agora ao futebol profissional refletir internamente e responder à solicitação da APAF.
Vivemos um momento decisivo para a indústria do futebol que exige uma discussão centrada em matérias estruturantes para a competitividade e sustentabilidade do setor. Estamos na antecâmara da centralização dos direitos audiovisuais e caminhamos rapidamente para a sua implementação. Trata-se de um processo fundamental, mas que só será eficaz com uma reflexão ampla que inclua a reformulação dos quadros competitivos, a adaptação do calendário nacional à planificação internacional e o modelo de financiamento do futebol, tema para o qual já foi anunciada a criação de uma "task force" destinada a promover esta discussão.
Tal como demonstrou o Conselho de Arbitragem, o diálogo e a transparência são o caminho para um futebol mais forte e unido. Só assim conseguiremos ultrapassar os desafios que se aproximam.

