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É preocupação das cidades, Porto em particular, encontrar uma nova funcionalidade para o sistema de transportes no centro e nas articulações periféricas.
No caso do Porto, envolve a zona central da cidade e vias de saída e articulação, com predomínio da Via de Cintura Interna (VCI), hoje eixo de articulação sul-norte e nascente-poente, sem capacidade para as crescentes solicitações. Daí a importância de algumas mutações em curso, sobretudo na rede de metro, mas ainda de duvidosa resposta em alguns casos e, quanto ao metrobus, as dúvidas funcionais são quase certezas, pois as perturbações de futuro tráfego na Avenida da Boavista são claramente visíveis.
Fala-se agora numa limitação de transporte de turistas nos tuk tuk, precisando também de disciplina as trotinetes, mas a solução precisa de ser mais profunda e articulada com linhas de circulação contínua de transporte público entre o centro de cotas mais altas e a baixa e, goste-se ou não, limitação de acesso privado individual ao centro. A antiquíssima ligação de elétrico Carmo- Batalha- Carmo pode multiplicar-se para futuro em autocarros médios a cobrir os territórios de proximidade, até gratuitos pois as vantagens funcionais e ecológicas tal justificariam.
Matérias estas que justificam visão mais larga do território, pois a centralidade do Porto é real mas a gestão territorial e urbana implica visão urbanística mais ampla, a norte, sul e nascente, que não pode ser vista como simples vizinhança como há uma década atras. Daí ser urgente voltar a repensar a VCI, pois além de via urbana é charneira de interconexões que vão muito além das vizinhanças.