Trump e o conhecimento. O que aí vem
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A tomada de posse de Donald Trump (20 de janeiro) é muito mais do que uma questão política, é um embate entre duas visões de Mundo. Se quisermos entender o impacto dessa era, olhemos para as cinco mudanças que o seu regresso pode desencadear.
1. O renascimento do populismo. A posse de Trump solidifica a ideia de que líderes populistas podem reinterpretar as regras democráticas para concentrar poder. As universidades, que historicamente são baluartes contra autoritarismos, terão de redobrar o seu papel de crítica e resistência, especialmente na defesa da liberdade.
2. A morte da verdade. Trump popularizou o termo “fake news” para desacreditar qualquer facto que lhe fosse inconveniente. Esse comportamento alimenta uma crise epistemológica: como saber o que é verdade num Mundo onde os algoritmos promovem o que provoca, não o que informa?
3. O fortalecimento da polarização. O discurso divisivo tende a intensificar a fragmentação da sociedade. O Ensino Superior precisa de se tornar num espaço de diálogo e mediação, promovendo o encontro entre diferentes pontos de vista para conter o avanço da intolerância.
4. O impacto na ciência. Com Trump, o negacionismo climático voltou a ganhar força. Um possível retorno ao poder significaria um retrocesso nas políticas ambientais e científicas. A resistência virá de onde sempre veio: das instituições que produzem conhecimento sólido e embasado.
5. A reinvenção da democracia. As instituições precisarão de se adaptar às novas realidades, seja enfrentando o uso massivo de dados para manipulação eleitoral ou a influência das redes sociais na política.
Trump não é causa, mas o sintoma de um Mundo em transição, onde a luta entre conhecimento e manipulação se acirra. Cabe-nos decidir qual narrativa prevalecerá.