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Em 2014, uma grande investigação jornalística revelou ao Mundo que 300 multinacionais negociaram acordos secretos com o Governo luxemburguês para conseguirem uma tributação muito mais reduzida sobre os seus muitos milhares de milhões de euros. Não houve consequências. Nem sequer para Jean-Claude Juncker, o primeiro--ministro do Luxemburgo na altura dos abusos fiscais e que continuou líder da Comissão Europeia. Não consta que as regras tenham mudado e não registei que tenha havido um sobressalto internacional para acabar com a circulação sem controlo de dinheiro - muito dinheiro. Lembro-me bem que na última década em Portugal foram amnistiados quase seis mil milhões de euros que estavam irregularmente depositados no estrangeiro, segundo o "Expresso". Sei que as famílias portuguesas mais ricas pagam apenas 0,37% de todo o IRS (lá fora os mais ricos pagam entre 20% e 25%). Desde 2012, o IRS subiu 28% em média para os portugueses, mas apenas 5% para os milionários, escreveu a "Visão". Portanto, os muito ricos têm cada vez mais truques para pagar menos impostos, mas todos os outros têm de fazer magia para conseguirem pagar cada vez mais. Uns fogem aos impostos e os restantes apanham do Fisco.