A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, está em Portugal para participar no Conselho de Estado e numa sessão plenária no Parlamento. Na sua última visita, afirmou, no âmbito das últimas eleições europeias, que as pessoas votaram menos do que gostaria e que o número de votantes precisa de crescer.
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Porém, esta tarefa é hercúlea em Portugal pela insatisfação dos portugueses com a degradação da vida pública e pela desconfiança com os partidos, Governo e Parlamento. Os problemas nacionais fazem com que as questões europeias fiquem para segundo plano.
Contudo, não descuremos o impacto das políticas europeias na nossa vida quotidiana. Esta semana, por exemplo, o Parlamento Europeu deu mais um passo na definição de leis para a inteligência artificial, tendo em vista a proteção da saúde e segurança, dos direitos fundamentais e da democracia.
Combater a abstenção nas Europeias é, pois, um desígnio nacional e europeu, que convoca todos - Metsola, Parlamento Europeu, partidos políticos e cidadãos.
Eu acredito no papel diferenciador que as novas gerações podem assumir na sensibilização para a importância destas eleições. Recordo que os jovens europeus foram quem impulsionou as últimas eleições, com um aumento da participação eleitoral.
Daqui a um ano, aos jovens, com 16 ou mais anos, austríacos, gregos e malteses, juntar-se-ão jovens alemães e belgas para o maior exercício democrático da Europa. Já por terras lusas, sondagens recentes apontam que os portugueses rejeitam a redução da idade de voto, uma reforma reclamada pelos jovens por toda a Europa.
Precisamos, nós os jovens, que nos seja dada mais voz e poder de decisão, uma vez que já provamos o valor acrescentado do nosso sentimento europeu.
*Presidente da Federação Académica do Porto