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Dois de Junho foi um dia de emoções fortes: celebrou-se os 135 anos do JN e foi batizada a futura ponte sobre o Douro, que servirá a linha de metro Rubi.
Sobre o mote "135 anos a fazer pontes", a festa comemorativa elencou toda a história de mais de um século de vida. Ainda hoje, é personagem principal nos cafés do Porto, do Norte e do país.
Sempre se assumiu como o jornal de um território social à frente do seu tempo, pela afirmação liberal, burguesa e cultural. Transportou ao mundo, de forma inigualável, o forte caráter e genuína identidade desta "nação".
Desde a infância, o JN faz parte de nós, presente nas conversas e discussões, nos encontros e desencontros, nas leituras apressadas das "gordas" ou na reflexão dos seus conteúdos.
Cresceu a fazer pontes com a sociedade e hoje a história repete-se, pela consulta pública realizada, para dar o nome à nova ponte. Já em 1911, o JN promoveu uma consulta pública que viria a decidir o feriado municipal do Porto: o S.João na vez do S. Pantaleão. Ferreirinha foi o nome vencedor. O nome de uma grande mulher. Ímpar e intemporal, forte e corajosa. Empreendedora e generosa. É este legado humano, corrido pelas veias da Ferreirinha, mulher que lutou em defesa do ramo vinícola, impondo-se num meio dominado de homens, que hoje se pretende incorporar na elegante e majestosa ponte.
Será a segunda do Douro, depois de Dona Maria, a ter um nome de Mulher.
Por fim, e sob o olhar da Ferreirinha, homenageio o JN. Brindemos ao seu compromisso de responsabilidade coletiva: chegar a todos nós, com o brilho das suas páginas e a cor aveludada de um cálice de vinho do Porto.
* Especialista de Mobilidade Urbana