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As peripécias virais geradas na visita do presidente da República ao Canadá voltam a colocar na agenda as próximas eleições presidenciais. Depois de Marques Mendes ter introduzido a questão dos potenciais candidatos, agora é o perfil desejado que entra na discussão pública.
Para os mais distraídos, gostaria de lembrar que foi o próprio professor Marcelo, na sua passagem pela Universidade de Verão do PSD, quem levantou essa “lebre” da necessidade e utilidade da discussão do perfil que os portugueses preferem para o seu presidente.
No fundo, o que Marcelo quis dizer, depois de instado sobre o tema, foi mais ou menos isto: eu já não posso voltar a candidatar-me, mas antes de se porem a discutir nomes de fulano ou sicrano, mais vale tentar perceber que tipo de presidente é que os portugueses querem. Todos nós sabemos que nestes seus mandatos, o presidente dos afetos, como se percebe que gosta que lhe chamem, inaugurou um estilo que não tem nada a ver com o comportamento dos anteriores presidentes. Contrastando e muito até especialmente com o seu antecessor, Cavaco Silva.
Mais do que a forma como o atual presidente pauta o seu relacionamento com o Governo, a Assembleia da República ou o Tribunal Constitucional, é a sua constante interação com os média e com as pessoas na rua que configura um estilo completamente diferente daquele a que estávamos habituados. Goste-se ou não, não é possível permanecermos indiferentes a tudo o que Marcelo faz acontecer praticamente todos os dias e sempre que se desloca em visitas ou passeios, mesmo quando parecem mais privados que oficiais. É caso para dizer que o nosso presidente está sempre a trabalhar, mesmo quando está na praia ou saiu para comer um gelado. Nunca os média tiveram um presidente que lhes desse tanta atenção, mas isso se calhar é o que também podem pensar ou dizer os portugueses em geral.
Os recentes episódios no Canadá, da cadeira que aguentava ou não a senhora e do decote da menina que se podia resfriar, são mais dois momentos que encaixam naturalmente neste inédito perfil presidencial. Até 2026, vamos ter todos que perceber se queremos mudar o estilo ou se estamos bem assim. A partir desta escolha é que valerá a pena começar a pensar em nomes.