O plano estratégico 2021-2025 da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro definiu prioridades e objetivos, com a identificação clara de uma das apostas do mandato se centrar no reforço da presença da instituição na formação e investigação no domínio da saúde.
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De um ponto de vista global, o país indicia não ter um problema no número de médicos, como sugerem os dados obtidos a partir da Ordem dos Médicos, confirmados por estatísticas de instituições como a OCDE. No entanto, esta mesma entidade chama à atenção para o desfasamento entre o número total de inscritos e de praticantes ativos, que refere ser bem inferior. A própria Ordem reconhece que o esforço formativo não se tem traduzido numa situação de equilíbrio, seja na relação entre o Serviço Nacional de Saúde (SNS), sistemas privado e social, ou ainda no tratamento do país como um todo, em que são evidentes as fragilidades de grandes parcelas do território.
Pela sua importância, em especial pelo papel decisivo no desenvolvimento regional, a UTAD não poderia deixar de responder ao desafio de incluir no seu portefólio a oferta de um Mestrado Integrado em Medicina, cujo dossier de candidatura acaba de submeter à apreciação da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES). Trata-se uma proposta inovadora, que encarna as melhores práticas internacionais ao nível da formação médica, suportada numa sólida estrutura hospitalar e num corpo docente profissional, competente e prestigiado. Conscientes da importância crítica da qualidade na formação médica, foi também feita a opção de restringir fortemente o número de estudantes a admitir, limitando o mesmo a um máximo de 40 em cada ano letivo. Aceite o desafio, pelo qual sou o principal responsável, aguardaremos com serenidade o veredicto das entidades com poder decisório. Pelo resultado obtido assumirei, naturalmente, as consequências coletivas e pessoais.
*Reitor da UTAD