<p>No passado mês de Abril, o primeiro-ministro José Sócrates presidiu à cerimónia de assinatura de mais de 20 contratos entre empresas do sector do vinho do Dão e o Ministério da Agricultura que visam - através da utilização de fundos comunitários - relançar e promover internacionalmente os vinhos portugueses. </p>
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E, dado que a qualidade do vinho português é mundialmente reconhecida - sendo tido, periodicamente nos rankings internacionais, senão como o melhor, um dos melhores -, encorajar a produção nacional e, simultaneamente, facilitar a sua exportação, através de acções promocionais externas (presença em eventos internacionais e campanhas promocionais) resulta crucial no actual período económico.
De facto, gerar sinergias que permitam contrariar o actual quadro de aumento do desemprego, mediante a criação local de emprego e a necessária revitalização das unidades de cultivo, convidando os empresários a desenvolver a sua produção e a gerar mais riqueza, é absolutamente premente na presente conjuntura.
Além do mais, num momento de globalização ultracompetitivo - e considerando que, comparativamente com outros países parceiros, Portugal apenas detém pouco mais de 200 mil hectares de vinha, num total de três milhões e meio de hectares no conjunto da União Europeia - é fundamental que se aposte numa viticultura de qualidade.
Acresce que - tal como o havíamos afirmado em artigo aqui publicado, em Dezembro de 2007, intitulado "Entre arrancar e investir" - estão criadas imensas oportunidades de negócio mundial para o vinho, dado que grandes mercados, como os EUA ou a China, emergem actualmente como excelentes destinos para a exportação. Na verdade, revitalizar o há muito negligenciado sector agrícola e vinícola torna-se premente para Portugal. É preciso não ignorar que a fruta portuguesa tem propriedades organolépticas - e, em particular, a uva - que comparativamente à oriunda de outros países, a dotam de excepcional qualidade, uma vez que esta beneficia de uma extraordinária e única conjugação das condições climáticas, da exposição solar e das características do solo. Resta dizer que, numa ocasião em que para todos os países o investimento e a exportação devem ser verdadeiramente encorajados, este justo reconhecimento feito pelo Governo ao vinho português não pode deixar de convocar, igualmente, o repensar da importância estratégica (a todos os níveis) da produção agrícola nacional.