Recentemente, foi apresentado o Manifesto de Ventozelo, que reflete as principais conclusões de sete sessões em formato de tertúlia, subscritas por conhecidas figuras públicas comprometidas com o Douro.
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O documento avalia as tendências atuais, os problemas com que a região se depara e formula respostas para os desafios do Douro.
A demografia é um dos principais problemas face à diminuição e envelhecimento da população, apelando a políticas nacionais articuladas com dinâmicas regionais e à criação de uma agência de migrações, mantendo o investimento público numa rede policêntrica de centros urbanos no Douro conectados do ponto de vista digital.
A mudança do Douro passa pela complexificação da economia regional assente em bens e serviços de maior valor acrescentado, numa carteira de novas atividades que permitam diversificar a economia, mantendo o vinho e o turismo como foco, a par de uma trajetória de qualificação e de inovação. A sustentabilidade económica do Douro passa por tornar-se o destino de uma fatia maior das receitas que gere, quer das taxas já existentes, quer das referentes à produção de hidroenergia e turismo, servindo o conjunto destas receitas para criar reputação coletiva dos seus produtos e marcas.
A sustentabilidade do Douro passa ainda pela ambição de se transformar numa região neutra em carbono, criando um observatório dinâmico suportado por uma plataforma digital de monitorização do uso dos solos, mapeamento de carbono e valorização económica de ativos biológicos e respetivos serviços de ecossistema.
O futuro do Douro passa também pela preservação e conservação como Património Mundial, articulando com as necessidades de modernização, de crescimento e de desenvolvimento sustentável, em que os legítimos interesses públicos e privados possam cooperar e articular soluções de forma aberta, transparente e escrutinável pela comunidade.
As propostas do Manifesto de Ventozelo simbolizam a urgência de mudança, mas também a esperança no futuro.
*Docente universitário