<p>Discute-se hoje, no Conselho Europeu, dois temas da maior importância para Portugal: a afirmação de mudanças na eficiência do Fundo Europeu de Estabilização Financeira - no sentido de defender a estabilidade e, consequentemente, a economia da Zona Euro como um todo - e o mercado interno europeu da energia, sua regulação e sustentabilidade. </p>
Corpo do artigo
No que concerne à situação actual da Zona Euro, como se sabe, a Europa vive um drama inédito que é o de enfrentar, pelo menos, quatro crises simultâneas: a financeira (que atingiu a economia real); a social (e do emprego, com uma permanente precariedade laboral agravada por um desemprego crescente e pelo envelhecimento da população); e, ainda, a alimentar e a energética que resultam quer das alterações climáticas quer da incerteza sobre a estabilidade geopolítica mundial, em particular sobre os preços dos bens alimentares e da energia. Neste sentido, e em nome de um projecto político coeso, torna-se premente assegurar estabilidade à economia europeia, imprescindível ao seu desenvolvimento económico e social.
Paralelamente, também a regulação do mercado interno da energia é fundamental para a recuperação da economia europeia. No âmbito da nova estratégia "Energia 2020" é uma prioridade para os próximos dez anos responder aos desafios decorrentes da necessidade de assegurar uma transição sustentável de modelo para um mix energético baseado em energias renováveis - capaz de enfrentar um eventual choque de energias fósseis - racionalizar consumos, conseguir um mercado com preços competitivos e aprovisionamento seguro, impulsionar a liderança tecnológica e negociar eficazmente com os parceiros internacionais.
De facto, para termos uma economia eficiente, competitiva e hipocarbónica urge adoptar, desde já, decisões ambiciosas, designadamente, marcando um ponto de viragem, por exemplo, em áreas com maior potencial de poupança de energia (por exemplo, transportes e edifícios) e concretizando incentivos ao investimento e instrumentos financeiros inovadores que tenham em consideração a eficiência energética aquando da aquisição de serviços ou produtos. Em síntese, que se assegure estrategicamente um mercado integrado europeu de energia, essencial, também ele, ao fortalecimento e desenvolvimento sustentável da economia europeia.