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Toda a entrada do novo ano é tempo de esperança, por isso esta primeira crónica é sobre o Porto e como, a partir de intervenções de grande caráter simbólico, se pode esperar um excelente 2024.
O Porto que habito pode não ter tido uma revolução, mas tem tido uma enorme evolução. Sobre a sua silhueta marcada pelo Morro da Sé e a Torre dos Clérigos, na patine do nosso granito e na afetuosidade das nossas gentes, a cidade tem vindo a ser alvo de programas e intervenções de enorme qualidade.
Ao nível da requalificação dos grandes edifícios emblemáticos realço o Mercado do Bolhão que, mantendo a traça arquitetónica e os vendedores de sempre, recuperou o seu papel central na cidade.
Reabilitou-se o Cinema Batalha, quer no traço modernista, quer na qualidade da programação que tanto respeita a tradição do cinema e do cineclubismo da cidade.
Ao nível dos transportes, o novo Interface de Campanhã é âncora da multimodalidade do Grande Porto que, em articulação com a expansão do Metro e a introdução do BRT, libertará mais espaço da cidade para as mobilidades suaves e ativas e será determinante na humanização e descarbonização da cidade.
Na escala urbana, entre outros, realço o programa “A Rua Direita”, que tem recuperado ruas e caminhos antigos, numa aposta pelo design inclusivo e pela caminhabilidade.
Numa cidade em que 11% da habitação é de responsabilidade autárquica, a requalificação dos seus bairros tem vindo a ser um trabalho hercúleo e tem vindo a encher de autoestima a população que os habita.
Por fim, mas muito importante, carrego comigo a esperança, que a cidade e o país encontrem a força para manter um dos seus grandes símbolos: o JN.