Alguns olhavam para Guimarães como a derradeira hipótese de manter acesa a luta pelo título. A boa notícia para esses é que estavam enganados. A má notícia é que, no F. C. Porto, ninguém encomenda faixas ou reserva rotundas antes do tempo.
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A vitória frente ao Vitória, a cinco jogos do fim da maratona, foi (isso sim) extremamente importante para que o próximo "derby" lisboeta tenha carácter decisivo para o Sporting, obrigado a não perder pontos de forma a alimentar a esperança teórica de duas derrotas azuis e brancas nas deslocações a Braga e à Luz. A hipótese de uma derrota dos dragões na Pedreira, por exemplo, vedaria a ponta final da Liga a cardíacos. Mas, para isso, os leões não podem perder pontos frente ao Benfica e na deslocação ao Bessa. Se F. C. Porto e Sporting se mantiverem a esta distância pontual, jornada após jornada, o F. C. Porto poderá ser campeão no Estádio da Luz. Dir-se-ia então, mudando o provérbio, que o campeão volta sempre ao local da festa?
Exceptuando os que têm sede a Norte, olhamos para as capas dos jornais nacionais de ontem, generalistas ou desportivos, e parece que um recorde nacional de 57 jogos sem perder - marca absoluta deste F. C. Porto de Sérgio Conceição a bater o anterior recorde do inglês John Mortimore que já datava de 1976 a 1979 - é ficção, não aconteceu ou é feito irrelevante. Com a vontade de expiar culpas ou retirar mérito, preferem evidenciar a dúvida em dois penáltis claros cometidos sobre Taremi, um deles que deu golo. O fenómeno concentracionista na comunicação social, económico, mas também ele geográfico, é mais um dos factores de desunião e desigualdade num país já de si tão assimétrico. Porque haveria de ser diferente no futebol? Bater um recorde histórico com quase 50 anos é nota de rodapé na História do futebol português. Um recorde que um inglês viu continua a ser para inglês ver.
Taremi e Zaidu, ambos sujeitos às condicionantes alimentares do Ramadão, foram titulares e confirmaram estar a 1000% para o jogo, como referiu Sérgio Conceição na antecipação da partida.
A forma serena como, na Liga, um adepto conseguiu entrar dentro do terreno de jogo para distribuir "pequenos sinais de afecto" aos jogadores da sua equipa, caricatural para a segurança nos estádios portugueses.
Adepto do F. C. Porto