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O arranque do ano letivo no Ensino Superior está a ser marcado pela questão do alojamento estudantil. Milhares de estudantes deslocados da sua residência familiar vivem com a crescente inquietação de encontrar uma solução de habitação condigna e acessível durante a sua formação superior.
Esta situação é mais evidente nos centros urbanos, onde a diminuição da oferta de arrendamento para estudantes e o aumento generalizado dos preços colocam muitos jovens e famílias numa posição muitas vezes insustentável.
De facto, as largas centenas de anúncios para “quartos para estudantes” que, por esta altura, habitualmente enchiam as ruas das cidades desapareceram quase por completo, muito provavelmente substituídos por anúncios digitais de arrendamento para visitantes.
Sendo certo que esta não é uma realidade exclusivamente portuguesa, que todas as grandes cidades universitárias da Europa se deparam com o mesmo problema, deveríamos, ainda assim, eleger como prioridade nacional garantir as condições necessárias para que os nossos jovens consigam desenvolver todo o seu potencial.
Na Universidade do Porto, o alojamento estudantil é uma prioridade há já vários anos, pelo que conseguimos responder rápida e eficazmente às oportunidades de financiamento providenciadas pelo PRR. A U.Porto criará três residências, num total de 411 novas camas, às quais se juntarão ainda as 200 camas da residência a construir no Monte Pedral pela Câmara Municipal do Porto, em parceria com a Universidade.
Apesar de estas não serem soluções imediatas, não se pense, no entanto, que se trata de promessas vãs. Na verdade, a primeira destas residências, resultando da reabilitação de um edifício devoluto na Viela da Carvalhosa, no centro da cidade, acaba de abrir portas aos seus primeiros residentes.
São 54 novas camas que a Universidade disponibiliza aos seus estudantes naquele que é, obviamente, um primeiro sinal de um ambicioso plano de melhoria das condições de habitabilidade dos nossos estudantes. Esperemos, agora, que não sejam as universidades e politécnicos as únicas entidades do país a abordar o problema do alojamento estudantil.