Sair da bolha, o mote que escolhi para esta coluna, exige encontrar o modo mais adequado de passar a mensagem europeia, e o modo de funcionamento das suas instituições, a um número maior de cidadãos.
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Esse mesmo objetivo levou-me, no final de 2020, a lançar um programa de formação chamado Geração Know, que este sábado iniciou a segunda edição. Não se trata de uma formação com direito a certificação como é costume. É sobretudo um espaço de discussão, onde cada um ouve as histórias de outros, mais conhecedores, e partilha a sua, mostrando como ela o levou a interessar-se pela União Europeia. "Todos temos uma história" é assim o lema deste programa.
Na primeira edição, ouvimos, por exemplo, a história de Humberto Rosa, da Comissão Europeia, com quem discutimos as prioridades para o Pacto Ecológico Europeu, ou da Licínia Simão, professora na Universidade de Coimbra, com quem falámos de defesa (quem nos diria que seria tão atual apenas um ano depois). E, a seguir, a história da Cláudia, presidente da "Women in Tech", ou a do Rodrigo, piloto de helicópteros na Força Aérea, que partilhou connosco o seu percurso e o seu gosto pela Europa, vista de cima, imagino eu.
Não foram as únicas. Passámos ainda por discussões sobre o digital, os refugiados (não apenas os que agora suscitam a solidariedade europeia, mas os outros que são rejeitados na fronteira), ou o comércio internacional, como veículo para "exportar" direitos e valores que devem ser de toda a Humanidade.
Além de tudo isto, a Geração Know foi ainda uma oportunidade para os participantes tomarem cafés virtuais. No final, isso serviu-lhes para criar um novo projeto, a Geração Know Júnior, o qual, em jeito de retorno e de modo voluntário, vai levar a sua aprendizagem às escolas.
O facto de ter recebido, nas duas edições, mais de 1200 candidaturas, para apenas 50 lugares, foi a parte mais surpreendente (e a seguir a mais difícil, na fase de seleção). É a prova que há interesse pelas questões europeias quando elas não são apresentadas de forma burocrática e ininteligível.
A Conferência sobre o Futuro da Europa tem, igualmente, como objetivo estimular a participação e dar voz a uma grande diversidade de cidadãos, especialmente a jovens, em áreas como a saúde, o clima, o Mundo e a democracia. Esperemos pelo seu encerramento, para saber se será (ou não) a primeira etapa de um caminho que torne as instituições europeias mais próximas de todos nós, que somos a Europa no final de cada dia.
*Eurodeputada do PS