A população mundial atingiu oito mil milhões de pessoas em 2022, estimando-se que no final do século ultrapasse os dez mil milhões, embora países como Portugal registem redução e envelhecimento da população. O crescimento da população exerce uma forte pressão sobre os sistemas agroalimentares, face à necessidade de produzir cada vez mais alimentos e garantir a sustentabilidade ambiental.
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Os desafios passam por produzir mais alimentos com menos terra e limitações hídricas, com mais dióxido de carbono, num cenário marcado por fenómenos climáticos extremos. Na atualidade, a fome ainda atinge milhões de pessoas e, mesmo assim, a agricultura usa quase metade das terras com vegetação do Mundo e gera um quarto das emissões anuais de gases de efeito estufa.
Sem dúvida que assistimos a um momento desafiante para a agricultura e a produção de alimentos, para fazer face às exigências alimentares e de sustentabilidade.
É essencial a aposta no crescimento sustentável do setor agroalimentar que permita acelerar a transformação estrutural e a mudança do perfil de especialização, que se traduza no aumento de bens e de serviços de maior valor acrescentado, o que requer qualificação, conhecimento e inovação.
Esta agenda exige incentivar novos formatos de cooperação entre o sistema científico e os agentes económicos, visando fomentar a difusão do conhecimento para o tecido empresarial, mas também apostar na atração e fixação de talento.
Atrair recursos qualificados para o setor agroalimentar é um desafio do país, o que exige sensibilizar e mobilizar os agentes económicos em articulação com o sistema científico, mas também formatos de ensino inovadores e atrativos, acompanhados por uma estratégia de comunicação junto dos jovens.
*Docente universitário