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O mundo rural representa a maior parte da Região Norte. Promover o seu desenvolvimento equivale a defender a sua coesão e a sua sustentabilidade. O passar dos anos tem demonstrado que o mundo rural tem avançado quase até ao limite do urbano.
O mundo rural é constituído essencialmente pelo setor agrícola, florestal, matos, superfícies abandonadas, cursos e massas de água, espaços florestais de manutenção, recreio, manutenção da paisagem, proteção do solo e água ou de conservação, áreas classificadas de conservação da natureza e da biodiversidade, sistemas silvopastoris ou espaços mistos de uso silvícola com agrícola.
A ausência de mão de obra barata e disponível tem demonstrado a obsolescência dos sistemas de produção, com o consequente abandono, incremento da massa combustível, degradação da paisagem, proliferação de fogos rurais de elevado impacto. Há um número residual de fogos rurais que não são controlados, os quais são responsáveis por arder elevada superfície florestal, junto com matos e área agrícola abandonada. As terras da Região Norte são férteis em matéria orgânica.
Muitas vezes há solos profundos, frescos, um património em abandono pela pequena dimensão da parcela, há casos em que acresce, negativamente, a incipiente dimensão da exploração agrícola, florestal ou agro-silvopastoril.
Este incremento de superfície de parcela faria com que estes solos, que são um recurso natural escasso, fossem colocados ao serviço da comunidade, sendo um forte contributo para a criação de riqueza e emprego.
A sustentabilidade da Região Norte só será atingida se houver uma reforma fundiária que promova a agregação dos prédios rústicos. Tal objetivo só será atingido se houver uma política pública de promoção do mercado de transações de propriedades rústicas.
Dando condições aos bancos para que estes apoiem a compra e venda através de crédito de muito longo prazo (30 anos), com carências alargadas, pelo menos sete anos e taxas de juro reduzidas e bonificadas.
A CCDRN, com as novas atribuições de superintender as agriculturas regionais, deve trabalhar em conjunto com os organismos do Estado Central para conseguir uma linha de crédito junto do Banco Europeu de Investimento. Sob pena de não haver reforma fundiária e, como consequência, serem incipientes os resultados das demais políticas públicas aplicadas à Região Norte, sobretudo as ajudas financeiras do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum.