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O X disse-me que agora é que era, que não vai votar nas próximas eleições. Já tinha ameaçado algumas vezes, mas desta vez parece mesmo falar a sério, e não sei se dois meses de campanha que começaram na terça-feira vão fazê-lo mudar de ideias. O seu histórico nas urnas é tão plural que corre a Assembleia de uma ponta à outra, o que é obra para alguém que está a meio da vida. O X não consegue que um só partido reúna a essência dos seus ideais. Afastado da esquerda pelos paradigmas económicos e da direita por um clericalismo nada precursor de progresso em termos de direitos sociais, o X afirma que finalmente se rendeu à evidência que o radicalismo dos partidos para garantir a sua própria sobrevivência o quer longe das urnas. Mesmo que lhe repita que votar é uma obrigação de cidadania, o filme desta semana não me tem ajudado.