O regresso às aulas, o aumento de casos de infeção e a aproximação da época gripal justificam o uso de máscara em locais ao ar livre com uma grande afluência de pessoas? A questão já tinha sido levantada antes das novas normas para o plano de contingência terem sido anunciadas. Agora, volta à ordem do dia.
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Entende-se que decretar a obrigatoriedade desta medida de proteção individual possa causar alguma animosidade e contribuir para mais ruído em vez de mais tranquilidade. Divide os próprios peritos e a opinião pública. Mas o que temos vindo a assistir é a um crescimento gradual de quem é a favor daquela regra, já aplicada na Madeira e também, por exemplo, em Madrid. O último a sair em defesa do uso da máscara em espaços públicos ao ar livre foi o atual presidente da Cruz Vermelha e ex-diretor-geral da Saúde. Pelo menos a partir dos 70 anos, disse Francisco George. O conceito é também defendido por Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, e pela Fundação Portuguesa do Pulmão.
Aos médicos juntam-se autarcas. Depois de um agravamento de casos, Ricardo Rio, presidente da Câmara de Braga, fez esse apelo no Facebook. Domingos Bragança, presidente da Câmara de Guimarães, também. O autarca de Portalegre idem. Nas redes sociais, Salvador Malheiro, presidente da Câmara de Ovar, questionou se "não teria sido uma boa medida a implementar no plano de contingência?". A Direção-Geral da Saúde apresentará esta semana um plano de medidas contra a covid-19 para o período outono/inverno. Qualquer decisão relativamente à extensão ou não do uso de máscara tem de ser bem explicada e bem sustentada. Cientificamente.
As orientações no passado já foram tardias e confusas e as regras gerais de combate à covid nem sempre têm sido as mais coerentes. Certo é que vale a pena tentarmos tudo para evitar que o país volte ao tapete quando ainda nem sequer recuperou do primeiro KO.
Diretor-adjunto