Os deputados assinam o ponto sem estarem no Parlamento. Votam no Orçamento do Estado sem estarem no Parlamento e, agora, até fazem aprovar vacinas à revelia dos médicos e da Direção-Geral da Saúde (DGS).
Corpo do artigo
Os deputados-fantasma deram lugar aos deputados-cientista. E olhem que não é fácil ter tantas ocupações. A opinião dos técnicos não estava fundamentada, mas o PCP, com os votos favoráveis dessa improvável combinação sanitária entre PSD e BE, fez aprovar a integração das vacinas da meningite B, do rotavírus e do vírus do papiloma humano para os rapazes no Programa Nacional de Vacinação. Não está em causa a segurança destas vacinas, apenas a necessária avaliação entre custos e benefícios. Ou seja, se faz ou não sentido ser o Estado a suportar a despesa. E, no caso de duas delas, a DGS acha que não. E é aqui, no princípio, que o caso se torna politicamente vírico. E lamentavelmente surrealista: não se sabe quanto custam, quantas doses são precisas e para que idades são recomendadas. Decidiram assim. Sobre vacinas. Para crianças.
*JORNALISTA