Depois do debate promovido pelo JN sobre a nova ponte do metro a ligar o Porto e Gaia, vai ficar tudo na mesma?
Corpo do artigo
No debate ficou claro que ninguém se opõe, antes pelo contrário, à necessidade de uma segunda linha de metro a ligar as duas margens. Pode-se discutir a exata localização ou, mesmo, se não é necessária uma nova ponte e se se pode aproveitar a ponte da Arrábida. Mas também ficou claro que a proposta imposta pelo caderno de encargos do concurso de ideias (pontos de amarração e cota do tabuleiro) origina uma obra de engenharia entre a ponte e a saída do túnel do lado do Porto que não é aceitável pelo impacto negativo que provoca em pleno Polo 3 da Universidade do Porto, nas proximidades dos caminhos do Romântico e sobre as áreas construídas da encosta do Douro no local. Impacto que não se consegue eliminar, por mais vegetação que ponham a cobrir esse viaduto.
É, assim, de bom senso que se volte ao início. Lançando um concurso que dê liberdade aos projetistas para proporem a localização da ponte e a cota do tabuleiro, sendo que os critérios de avaliação passariam, para além dos custos e dos prazos de execução, pela apreciação qualitativa da sua inserção no tecido urbano. Perderíamos, agora, seis meses. Mas esse tempo não porá em causa a execução da obra durante o PRR e, principalmente, representará um ganho em termos de cidade.
Se continuarem com esta aposta fundamentalista numa solução que, todos o reconhecem, provoca um impacto negativo maior do que aquele que seria possível (e admissível!), então, temo-o, iremos perder bem mais do que esses seis meses em tribunais e na discussão do estudo de impacto ambiental...
*Engenheiro