Sim, percebo que seja importante para Portugal manter uma companhia de bandeira.
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Sim, percebo que Portugal tenha de explorar o potencial de que dispõe ao nível do seu relacionamento histórico com África e o Brasil e que lhe permite captar tráfego para redistribuição a partir do seu hub.
Sim, percebo que o hub natural do país seja Lisboa. A localização de um hub nada tem a ver com o trânsito ponto a ponto que o país pode gerar. Não importa, para este caso, se do Norte viajam muitos empresários para determinadas cidades.
Importa que a cidade onde se localiza seja uma plataforma giratória natural entre países. Não um ponto de destino ou de partida.
Sim. Percebo que um negócio com esta natureza pode ter um impacto muito interessante na nossa economia. Porque pode mobilizar muitas empresas nacionais, pode dar emprego e pode ajudar os números das nossas exportações.
Sim. E de caminho pode também trazer e levar turistas e empresários.
Não percebo é que não se decida de uma vez por todas o que queremos da TAP.
Não percebo que se brinque às privatizações e nacionalizações.
Não percebo que se tenha coragem para gastar assim o nosso dinheiro e muito menos percebo que o primeiro-ministro nos fale em coesão nacional e em importância estratégica do Aeroporto Francisco Sá Carneiro a propósito da TAP.
Uma companhia de bandeira não tem em conta o território e o Porto não será nunca um hub.
Pedro Nuno Santos foi claro quanto a isso e pela primeira vez percebi o que estava em cima da mesa.
As perguntas são, portanto: pode o Governo dar garantias de que esta não será mais uma experiência?
E tendo em conta que todo o território contribuirá para a injeção de capital que viabilizará esta companhia de bandeira que resposta existirá quanto às soluções de transporte aéreo para todas as regiões do país?
Por favor, façam-nas!
*Analista financeira