Corpo do artigo
Parece que anda tudo bem, na ótica do Governo, mas estamos a viver uma crise de graves consequências, económico-social e de confiança no futuro. Só os PS com interesses no "aparelho" não veem o desnorte governamental, de que o "pacote da habitação" é exemplo acabado e que mostra uma ministra sem conhecimento e preparação para o cargo. Se tivesse a humildade de analisar políticas habitacionais antigas do PS, ministro Eduardo Pereira e seguintes, anos 80, veria o que funcionou e resolveu problemas tão ou mais graves que os atuais e sem atropelos de base ideológica como os insensatos que insiste em levar à prática.
O cooperativismo de António Sérgio era matriz dos que por essa altura andavam nestas lides, que entendiam ser processo de poupança das famílias e solução para resolver habitação em conjunto com as câmaras e banca, uma matriz económica e social geradora de criação de "classe média" essencial à estruturação urbana, à vida cívica e democrática das vidades. Agindo ao contrário, "meteu o nariz do Estado onde não devia", irritando proprietários e senhorios e autarcas e nada de novo trazendo como solução. Assim, não vai lá!
É altura de corrigir percurso e procurar os apoios onde eles ainda existem, dentro do próprio partido, que ainda tem movimento cooperativo funcional e experiente e autarquias que o reconhecem e podem, em articulação com os próprios departamentos estatais proprietários de imóveis degradados, vivificar produção por régies- cooperativas de carga ideológica democrática e cívica condizente com o regime em que vivemos. Não é só isto que anda mal no Governo, mas é altura de "António Costa parar para pensar" e arrepiar caminhos ínvios como este, "antes que o barco se afunde".
Arquiteto e professor