Há um político que promete abrir uma guerra em nome da descentralização e do combate ao despovoamento e desertificação do interior do país. O que se está a passar é uma "grande estupidez" e está a matar Portugal, garante esse líder partidário.
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Não se deixe confundir pela origem do apelo, mantenha as suas opções partidárias, mas aliste-se. Esta é uma guerra que temos de vencer, em nome da geração dos nossos filhos. É o momento de voltar a citar o filósofo e político britânico, do século XVIII, Edmund Burke: "para que o mal triunfe, basta que os Homens de bem nada façam".
Quem promete uma guerra sem tréguas é Rui Rio, mas a defesa da descentralização e da regionalização tem de ser feita por todos os Homens de bem, votem à Direita ou à Esquerda. Um país que aceita viver encaixotado em duas áreas metropolitanas é um país que desiste de dar qualidade de vida a todos os cidadãos. É um país que aceita trabalhar para financiar uma corte de gente que se arrasta nos corredores do poder, às vezes, por umas meras migalhas.
Alistar-se nesta guerra tem de começar por traduzir-se na exigência de saber o que pensam os candidatos de todos os partidos sobre os males que o centralismo tem causado ao desenvolvimento sustentável do país. Entrar na guerra tem de significar fazer perguntas muito claras sobre a vontade de fazer avançar a regionalização. Para combater não tem de viver no interior do país, ou na faixa do litoral onde também não chega o investimento público, basta que queira um país mais justo, mais solidário, em que o poder emane do povo, seja qual for a região onde o povo se encontra. Não deixe que em Lisboa decidam que qualidade de ensino ou de saúde vai ter na região onde vive, ou que serviços públicos vai poder ter, porque sempre que os deixou decidir, a sua vida piorou.
Não aceite menos que uma descentralização mais efectiva e mais rápida do que tem acontecido até aqui e nunca desista de ser ouvido novamente em referendo sobre a regionalização.
*Jornalista