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Está na ordem de discussões o futuro da VCI (Via de Cintura Interna) do Porto. Previsão do Plano Auzelle, anos 60 do século passado, percebe-se que era uma Circunvalação interna que iria marcar o (na altura) futuro crescimento da cidade.Hoje, a Via de Cintura Interna é cruzamento de tráfego de autoestradas sul-norte e poente-nascente, carregando sobre o “miolo” do Porto uma pressão incontrolável. Discutem os autarcas, o Governo tem propostas, mas a solução não é fácil e fica para o futuro de quem venha a governar a Invicta na próxima década encontrar saídas para o problema.
Não são fáceis nem se resolvem com limitação a “pesados” nem abolição de portagens nas autoestradas que geram o peso sobra a via. Atenuarão alguma coisa mas o problema de raiz mantém-se e será preciso pensar mais profundo e reordenar as causas, ligações sul-norte e poente-nascente estruturadas sem atravessar o território central da Invicta ou atravessá-lo em desnível.
Espera-se que os candidatos autárquicos ao Porto não venham “vender filetes de pescada” sobre este assunto, que é fundamental para a cidade e região e requer, mais que tudo, estratégia técnico-política aberta e envolvente “à moda do Porto”, seja com pás assentes no terreno e pragmatismo. É dos tais problemas que não vão com “conversa fiada” nem visões urbanísticas de “pacotilha”.
* Arquiteto e professor