Não é razoável que se paguem prémios aos gestores do Novo Banco. E é indiferente se é o Fundo de Resolução, o Estado português ou ambos a pagar o chocante resgate.
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Estamos numa crise sem precedentes, cujas consequências só poderão piorar, e não é ético nem aceitável, sob todos os pontos de vista, que haja dois milhões de euros de bónus para uma administração que presidiu a um prejuízo de 1059 milhões de euros.
O antigo BES é um banco intervencionado. O contribuinte está a emprestar quatro mil milhões de euros para tentar salvar um navio esburacado por decisões atrozes e abusos que ainda estão por sentenciar. Eu não acredito que esse dinheiro será alguma vez pago, daqui a 30 anos. Nem que Carlos Costa, António Costa, Mário Centeno e, já agora, Pedro Passos Coelho e Maria Luís Albuquerque estejam particularmente preocupados. Nenhum deles passará fome, nem dependerá da boa vontade dos outros ou da má vontade de um mau patrão para sobreviver. É provável que no futuro próximo estejam numa lista de nomes que vão receber prémios de gestão ou outros privilégios. E isso explica tudo o que acontece em Portugal.
*Jornalista