Retiro do Facebook a frase: "O colapso da Educação é o colapso da Nação".
Avaliada na situação que vivemos com os professores, é de refletir, a sério, aquilo que parece estarmos a esquecer. Não se muda de ministro como quem muda de guardanapo, mas este já mostrou que está sujo de incompetência para continuar à mesa da governação. Governa há sete anos e fecha portas e ouvidos ao clamor que percorre as escolas do país e envolve já alunos, compreensivelmente cansados de tudo isto.
Sou socialista, já desempenhei "in illo tempore" cargos vários em representação partidária, mas não entendo certas atitudes do poder, como esta radicalização, até me atrevo a dizer "volta Nogueira, estás perdoado", pois afinal a razão está desse lado.
Alunos sem aulas, professores radicalizados, pais desesperados e ministro "sossegado" no conforto do gabinete, com o futuro do país às cegas. Isto justifica e bem a frase retirada das redes sociais, pois o futuro é o destino e só lá chega em condições quem for capaz de o preparar.
"Desabafo de alma" poderia dizer-se desta expressão de cidadania, que os professores merecem e me trouxeram à memória crónica antiga nesta coluna sobre "Dona Adélia minha professora primária que me ficou sempre na memória e nunca esqueci" pelo valor das primeiras letras. Isso que muitos jovens e crianças não têm hoje, injustamente, porque os maus-tratos dados aos professores são, indiretamente, dirigidos aos alunos, futuros cidadãos desta República Democrática. A 31 de Janeiro, o Porto lembrou a República, mas o eco de tal clamor, por certo, não chegou a Lisboa.
* Arquiteto e professor
