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Um sinal vermelho numa recente edição do JN no rubrica Semáforo, na qual avaliamos diariamente protagonistas, seja em termos de uma prestação individual ou como o rosto do sucesso ou fracasso de uma equipa ou seleção, deixou indignados falsos moralistas do jornalismo, desportivo e não só, e alegados sábios do nosso Desporto, alguns deles com responsabilidades acrescidas, por serem selecionadores, ex-selecionadores e treinadores no ativo. E houve quem passasse dos limites nos lamentáveis comentários nas redes sociais, como se colocar alguém no vermelho por ter perdido uma final europeia (sub-20 de andebol) fosse um crime lesa-pátria e não uma mera opinião.
Toda a gente tem o direito de discordar do que é escrito, pois vivemos há 50 anos em democracia - “25 de Abril sempre, fascismo nunca mais!” -, mas não posso admitir que sejam grosseiros, que tentem rebaixar alguém que emitiu uma opinião sustentada após mais um título perdido e que, para mim, sabe mais de Desporto de olhos fechados do que essas pessoas com eles bem abertos, por muito que algumas delas se julguem reizinhos nos seus pequenos mundos (modalidades) e tenham sentido como suas as eventuais dores de outros, se calhar sem lerem bem o que foi escrito.
O que lá estava era claro como a água, que a seleção em causa tinha feito um mau jogo, talvez o seu pior nesse Europeu, e que isso resultou numa clara derrota e na terceira final perdida nesse escalão, a segunda de forma consecutiva. Se calhar preferiam que o jornalista tivesse elogiado o segundo lugar, que continua a ser o primeiro dos últimos. Enquanto não mudarmos de mentalidade, enquanto ficarmos satisfeitos por irmos às finais, os títulos vão continuar a fugir-nos. Seja no andebol, no hóquei em patins ou no futebol. As conquistas são a melhor forma de validar a competência, não um brilharete ocasional. Eu detesto ser o primeiro dos últimos. Os outros, é lá com eles...