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André Villas-Boas tem sido um farol de mudança no futebol desde que assumiu a presidência do F. C. Porto. Para melhor. Tem vindo a cumprir as promessas feitas aos sócios que lhe deram uma vitória esmagadora. Futebol feminino, futsal (formação) e portal da transparência são uma realidade, bem como o novo protocolo com a claque Super Dragões. E, mesmo com as dificuldades financeiras conhecidas quando assumiu o clube e a SAD, Villas-Boas conseguiu construir uma equipa que tem feito um caminho seguro, em que o único resultado verdadeiramente negativo é a derrota com o Bodo/Glimt, na Noruega, para a Liga Europa. Perder em Alvalade, frente a um campeão que pouco mudou, ao contrário do que aconteceu com a equipa agora orientada por Vítor Bruno, não é escândalo nenhum. Tal como empatar com o Manchester United, que gasta mais de 500 milhões por ano com Bruno Fernandes e companhia, ainda que custe muito ver a vitória fugir no último suspiro. Depois de ter começado a época com a épica conquista da Supertaça, o F. C. Porto segue firme em todas as frentes, sem nenhum objetivo hipotecado.
Daí que me tenha surpreendido a decisão de Villas-Boas em dar troco aos grafiteiros que, com mensagens junto ao Estádio do Dragão, decidiram atacar Vítor Bruno e pedir o regresso de Sérgio Conceição. Bem como o comentário que fez aos assobios nos jogos com o Manchester United e o Braga. Quanto aos grafiteiros, mesmo que se concorde com o que disse, a verdade é que acabou a dar protagonismo a quem não o merece. E logo teve a resposta: mais grafitos insultuosos. Na questão dos assobios, acho que foi infeliz. Reeducação? Tribunal de volta em força, após ausência de sete anos? São recados que os adeptos, por muito que diga que são soberanos, dispensam. Se calhar, Villas-Boas está na cadeira de sonho com os votos de muitos daqueles que decidiram assobiar. Por vezes, o silêncio é de ouro.