A Igreja Católica está a viver a semana maior da sua vida litúrgica: a Semana Santa. Os fiéis são convidados a acompanhar, a par e passo, os últimos acontecimentos da vida de Jesus sobre a Terra, revivendo a alegria da sua Ressurreição.
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Ontem, entraram em Jerusalém com ele, acolhido com euforia como um rei libertador, apesar de vir desarmado, montado num jumentinho e com um bando de maltrapilhos. Na quinta-feira, são convidados para a última ceia com os discípulos. Ceia que acabou por não ser a última, mas a primeira de tantas em que ele continua presente, como sempre que os crentes se reúnem para celebrar a Eucaristia. Deixaram o Mestre e Senhor lavar-lhe os pés - e comprometeram-se eles próprios a fazerem o mesmo. Viver a autoridade do serviço ao outro.
No final da ceia, Jesus é preso e condenado à morte. Dá o último suspiro no alto da cruz às três da tarde. A essa hora, os católicos são convocados a adorar a cruz, que neste dia recorda a morte, mas que, a partir de domingo, se converterá em sinal de vida e símbolo dos cristãos.
Durante o sábado, solidarizam-se com a dor de Maria, a Mãe Dolorosa, até que na noite brilhe a luz da Ressurreição. Esse acontecimento extraordinário acontece sem testemunhas. O túmulo vazio é o primeiro sinal, que nada prova. Podem ter roubado o corpo para espalhar a mentira de que Ele estava vivo.
A grande prova da Ressurreição é a transformação da vida que se dá em todos os que contactam com o Ressuscitado. Já o contratestemunho sucede quando atraiçoam de forma grosseira os valores pelos quais Jesus deu a vida: a verdade, a justiça, a misericórdia, a paz, a opção pelos mais pobres... E tantos outros, tantas vezes e de tantas formas negligenciados por aqueles que dizem acreditar e seguir Jesus ressuscitado.
Todos os anos, e todos os dias, a Igreja dá-nos a possibilidade de carregar a cruz das nossas infidelidades. Assumir as dores dos que sofrem e fazermo-nos próximos. Morrer para o nosso egoísmo, para o comodismo, a indiferença. E ressuscitar para uma vida nova. Uma vida para ser gasta ao serviço do outro, tornando a sua vida um pouco melhor e mais feliz.
*Padre