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Este dito popular adapta-se a um debate, terça-feira passada à noite na Porto Canal, em que a STCP acusava a Metro sobre a ineficácia do metrobus na Boavista. Discussão acesa, moderada por um experiente jornalista da estação, que procurava ouvir sem atirar “lenha para a fogueira”, o que não é normal em alguma concorrência.
Entendamo-nos: sobre este assunto e as consequências que estão à vista já aqui demos opinião, mas nesta cidade de “urbanistas de sovela” não vale a pena “gastar cera com alguns defuntos”, de que a gestão da via pública é um caso, e este em particular, chocante em todos os aspetos. Está o canal pronto e às moscas, os entupimentos de tráfego quotidianos, Antunes Guimarães confusa e sem utilidade e, pelos vistos, entidades responsáveis pelo tráfego urbano às “turras”.
Quem se lixa, como habitual, é o “mexilhão”, ou seja, os cidadãos da zona que não foram “ouvidos nem achados” sobre a matéria. A Câmara ganhou no “negócio”, não tenhamos medo das palavras, aproveitando para ficar com infraestruturas novas no canal, mas tal não invalida a falta de visão estratégica da obra, com várias décadas de atraso e outra conceção mais simples, mas que trouxe o caos a uma das vias mais bem conseguidas do planeamento da cidade.
Estivesse cá Robert Auzelle e isto não acontecia. É um caso triste e que pouco abona na estratégia de previsão futura da cidade e nisso a Câmara não pode “lavar as mãos”, mas que se entendam, pelo menos, os principais responsáveis pela mobilidade urbana, no território interno e metropolitano. Pelo menos isso!