Carvalho da SilvaA hora das escolhas está aíA política é sempre um exercício de escolhas, que se querem percetíveis, ao serviço dos cidadãos e da comunidade, mobilizadoras das capacidades de ação de que a sociedade dispõe.
Carvalho da SilvaHá soluções, mas estão verdesFoi divulgado o Livro Verde sobre o Futuro do Trabalho 2021. Como se sabe, em questões jurídicas e políticas o diabo esconde-se nos detalhes e nas interpretações que, em regra, acabam por ser as dos poderes dominantes.
Carvalho da SilvaApostar forte no empregoEntramos num tempo em que toda a ação política, a definição das opções económicas, das estratégias de investimento, da utilização dos recursos públicos, da capacitação do Estado e da Administração Pública têm de colocar o emprego no centro das atenções e decisões. A quantidade e a qualidade do emprego que vamos ter, por muitos anos, será determinada por escolhas que estão em preparação.
Carvalho da SilvaEntre bazucas e fumaçaTalvez seja tempo de os europeístas obsessivos reverem as suas crenças. Vejamos o que se tem passado na União Europeia (UE) e em muitos outros países, designadamente nos Estados Unidos da América (EUA), com o processo de aquisição e aplicação das vacinas, e com o da definição e implementação de pacotes financeiros - as chamadas bazucas.
Carvalho da SilvaNão voltar à cepa tortaA pandemia expôs o enviesamento da especialização produtiva da economia portuguesa. A tónica na exportação de serviços de baixo valor acrescentado, desde logo o turismo e setores conexos, em detrimento da produção industrial que tende a aumentar a produtividade e a qualificar e estabilizar o emprego, revela-se cruamente como perigosa vulnerabilidade estrutural. Todavia, o coro de reclamações feitas por empresários, em torno do Plano de Recuperação e Resiliência, e algumas opções erráticas do Governo, sugerem a ânsia do regresso a essa velha normalidade.
Carvalho da SilvaO trabalho remoto tem de ser dignoO designado trabalho remoto, que a Organização Internacional do Trabalho define, ainda não de forma convencional, como "trabalho prestado à distância, fora da estrutura organizativa física do empregador, na qual o trabalhador se encontra privado do contacto físico com os colegas, por prestar serviço através de novas tecnologias que facilitam esse contacto remoto", inclui o teletrabalho e outras formas de organização do trabalho à distância (a chamada "economia colaborativa"), com realce para as plataformas digitais.
Carvalho da SilvaRabo de fora, gato escondido Em janeiro estavam registadas no Instituto do Emprego e Formação Profissional cerca de 420 mil pessoas desempregadas. São mais 100 mil do que em janeiro do ano passado, apesar das medidas de apoio à economia e às empresas, nomeadamente das diversas modalidades de lay-off. Foram apanhados por esta vaga de desemprego sobretudo trabalhadores em situações de precariedade.
Carvalho da SilvaAnúncio não alimenta nem trataAs políticas de anúncio, de repetição de promessas que tardam em se concretizar ou se esvaziam pelo caminho, esgotam-se sempre em pouco tempo. Num contexto como aquele que vivemos, carregado de ruturas na vida das pessoas, de desproteções, de sofrimento, de urgências que clamam políticas com rigor e ação, esse esgotamento acelera-se e torna-se perigoso.
Carvalho da SilvaA crise é bem mais que pandémicaEm Portugal, como no conjunto dos países da União Europeia (UE), a pandemia trouxe agravamento de problemas às sociedades, mas as crises de que hoje tanto se fala têm origens bem anteriores e mais profundas.
Carvalho da SilvaPerigos da gaveta fundaO discurso político a nível nacional, europeu e mundial está carregado da afirmação: a saúde está acima de tudo. É uma proclamação bondosa que as práticas políticas, em grande medida, desmentem.
Carvalho da SilvaPolítica para além do votoO cenário político que vivemos é marcado por um movimento tectónico de perigoso deslize para a Direita. A Direita acelera o distanciamento do presidente da República (PR), embora este não se canse de dizer que está na sua posição de sempre, a "direita social": é atraída pela perspetiva de alcançar o poder alavancada pela extrema- -direita. O Partido Socialista parece contentar-se em estacionar na dita direita social do PR. Neste deslizar, não falta quem catalogue de extrema-esquerda o Bloco de Esquerda, cujo programa e ação são de socialismo moderado, e atribua o mesmo rótulo ao Partido Comunista, um partido reforçadamente institucional e focado na reclamação, necessária para a democracia, do cumprimento da Constituição da República.
Carvalho da SilvaNovo presidente, novas relações?O novo presidente norte-americano tomou posse. No comentário político dominante diz-se que entramos numa nova era da política americana, das relações dos EUA com a União Europeia (UE) e das relações transatlânticas.
Carvalho da SilvaPandemia, educação, trabalhoVamos entrar numa semana alucinante. Será a primeira do novo confinamento, quando o número de infetados e mortos é pesado e alguns que reivindicaram relaxamento no Natal e Ano Novo acham agora que a culpa está nas hesitações do Governo.
Carvalho da SilvaNão é só o Capitólio a arderEm 11 de setembro de 2001 vimos atónitos, ainda não em direto pleno, um ataque focado no coração financeiro dos Estados Unidos da América (EUA) vindo do exterior. Vinte anos depois testemunhamos, desta vez em tempo real, um ataque ao coração político desse grande país, perpetrado não por um inimigo externo, mas sim por um grupo de "arruaceiros e terroristas domésticos" pertencentes a uma fação antidemocrática e com laivos fascistas.
Carvalho da SilvaDa penitência à exceção A receitas impostas pela troika e pelo Governo PSD/CDS, com o pretenso objetivo de resolver a anterior crise, consideraram o povo português infetado pelo vírus do aburguesamento: vivia preguiçosamente à custa do alheio. Assim, tinha de remir o pecado penitenciando-se com elevado desemprego, encerramento de milhares de pequenas empresas, redução de salários e proteção social, perda de direitos laborais, piores serviços públicos em áreas primordiais e pobreza. Os jovens foram convidados a "sair da sua zona de conforto" e a emigrar. A propaganda levou muitos portugueses a submeterem-se a essas penitências sem grande reação.
Carvalho da SilvaUm novo ano reparadorÉ assustadora a pressão que se abate sobre a sociedade, tendente a transformar num novo normal as relações sociais, económicas e políticas resultantes das situações de exceção e das emergências declaradas a partir do pressuposto, por vezes falacioso, de que esse é caminho único nas respostas à pandemia.
Carvalho da SilvaSol na eira, chuva no nabalOs duros impactos económicos da pandemia e o cheiro à entrada de um significativo volume de dinheiro, vindo da União Europeia, começa a aquecer o fósforo na cabeça de alguns dirigentes de organizações patronais, precipitando-os num chorrilho de contradições.
Carvalho da SilvaDesejar viver sem semanadaPortugal é incapaz de atingir a maioridade na sua condição de país membro da União Europeia (UE), ou é a própria União que, persistindo em regras e práticas desadequadas, impede países como o nosso de se tornarem adultos e independentes?
Carvalho da SilvaDemografia e rendimentoTem sido noticiado que em 2020 teremos, provavelmente, o maior saldo natural negativo observado no último século.
Carvalho da SilvaO tempo é hoje fator críticoOs impactos da pandemia que vivemos, o contexto político, social e económico em que eles se manifestam, as relações de forças que se afirmam à escala nacional, europeia e mundial estão a tornar o tempo - que vai passando - em crescente fator crítico para a esmagadora maioria dos trabalhadores e dos cidadãos.
Carvalho da SilvaO navio almiranteNas últimas semanas, o debate político tem-se centrado no "desalfandegamento" de um monstro que entrou na cena política nacional, processo promovido pela Direção do PSD que, na ânsia de alcandorar a Direita ao poder, acha possível utilizar o "bicho" como seu cão pisteiro. Talvez seja preferível não alimentar estas desgraças e tratar de discutir temas que nos tragam futuro.
Carvalho da SilvaO que vale estudar nos computadoresNa passada quinta-feira, quando participava na conferência "As plataformas digitais e o futuro do trabalho", organizado pelo CoLABOR, com apoio do escritório de Lisboa da Organização Internacional do Trabalho (OIT), veio-me à memória parte da letra daquela bela canção "O postal dos Correios" do Rio Grande, da autoria de João Monge e tão bem interpretada, em 1996, por Rui Veloso e Tim: "A Laurinda faz vestidos por medida, O rapaz estuda nos computadores,
Carvalho da SilvaKalidás Barreto, sindicalistaNo princípio do século XX, os sindicalistas e ativistas operários tinham por prática homenagear os seus mais destacados antecessores. Através dessas homenagens assumiam-se herdeiros do seu exemplo pessoal, mas também dos significados mais relevantes das lutas e da ação coletiva em que aqueles haviam participado.
Carvalho da SilvaCuidar da saúde das pessoas e do paísNo contexto geral que vivemos e com os efeitos da pandemia a agravarem-se, o processo de discussão e aprovação do Orçamento do Estado (OE) para 2021 e em particular o seu conteúdo, não parecem estar à altura dos problemas com que nos deparamos para tratar da saúde das pessoas, da economia, da sociedade e do país.
Carvalho da SilvaDesvalorização salarial é erroTaxas de desemprego de grande dimensão transportam sempre uma forte tendência para a desvalorização salarial. Essa desvalorização e a persistência de desemprego transformam-se em profunda e prolongada crise, em entrave à recuperação económica, e afundam o patamar de desenvolvimento do país.