Os tempos que estamos a atravessar estão a colocar em evidência, ainda mais, as capacidades (ou não) de liderança dos nossos decisores políticos. É inegável que, perante o caos, a autoridade política, a definição de um rumo e a capacidade de liderar são características fundamentais.
Essa ausência acentua-se em Portugal. Não podemos fingir que não existe o problema. Existe e todos sentimos essa ausência de liderança, no que ao Governo diz respeito é gritante. Bem diferente tem sido o papel dos autarcas.
Mas é ao primeiro-ministro que compete liderar os destinos do país. E o primeiro-ministro deve ser um referencial de estabilidade, autoridade mas também um farol de esperança.
Ainda recentemente tivemos oportunidade de ouvir os primeiros-ministros mais marcantes desde o 25 de Abril. Falo de Aníbal Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho. E os dois demonstraram a diferença enorme que existe para com o atual primeiro-ministro. É o sentido de Estado que os difere, mas é sobretudo a capacidade reformista de ter um projeto de país e não governar consoante as sondagens e as possibilidades de simpatia.
Num tempo em que o Estado falha, e tem falhado, impõe-se que exista uma alternativa clara. Que se assuma que este Governo esgotou, mas que é preciso encontrar um projeto de país. Com ministros debilitados politicamente, com um primeiro-ministro já sem autoridade e um Governo dependente de querelas ideológicas e aritméticas frágeis é tempo de empreender uma verdadeira mudança.
Com este Estado não podemos contar. Mas podemos contar fazer um Estado diferente. As novas gerações merecem acreditar que existe futuro.
Um santo Natal a todos.
Engenheiro e autarca do PSD
