Na sexta-feira, teve lugar o último debate televisivo entre os candidatos às eleições presidenciais do Brasil. "Debate" é uma forma de dizer, uma vez que ninguém debateu realmente, cada um apresentou o seu monólogo. A TV Globo propôs um modelo de gosto discutível: os candidatos apresentavam-se de pé, num palco vazio, aproximando-se e afastando-se da boca de cena. Havia uma narração para invisuais ("Lula bebe água", "Bolsonaro sorri"), que contribuiu ainda mais para a sensação teatral, esses comentários pareciam didascálias. Fiquei com a sensação de que um e outro candidato estavam desconfortáveis naquele papel, mas nenhum o reconheceu, obviamente.
Corpo do artigo
De acordo com os comentadores de hoje, ambos venceram o debate, dependendo de quem faz a avaliação. O grande problema é que, amanhã, não podem vencer os dois. Daqui a pouco, ao fim da tarde, haverá final da Copa dos Libertadores da América entre duas equipas brasileiras: o Flamengo e o Athletico Paranaense. Se não desempatarem nos 90 minutos de jogo, hão de ir ao prolongamento. Se, mesmo assim, não desempatarem, hão de ir às grandes penalidades.
Li que, com as urnas eletrónicas em uso no Brasil, o ato de votar demora cerca de 20 segundos. Basta chegar e carregar em dois algarismos. No entanto, aqui em Fortaleza, o boletim meteorológico prevê ventania para amanhã. Tenho a sensação de que esse será o ambiente em muitas regiões do país. Caso se confirme, esperemos que apenas sopre daquele vento que faz os barcos avançar. Esperemos que seja um dia de paz e respeito.
Há algumas semanas, o Tribunal Superior Eleitoral promoveu um "tuitaço" à volta do hashtag #paznaseleições. No Rio de Janeiro, o Cristo do Corcovado, foi um dos lugares onde se projetou essa campanha cívica. Dada a grande frequência com que os dois candidatos em disputa repetem o nome de Deus, esperemos que tenham absorvido essa mensagem.