A cadência é variável, mas sou capaz de arriscar que, duas a três vezes por semana, somos confrontados com estudos totalmente inovadores que nos fazem sentir totalmente parvos. Dos que concluem que tomar banho todos os dias pode fazer mal à saúde (sobretudo de quem viaja no autocarro coladinho aos que acreditam nessa monstruosidade), passando por aqueles que veem no vinho tinto e no chocolate preto a combinação química explosiva que nos fará viver até aos 117 anos. Tudo por causa das propriedades antioxidantes de uma substância que, quando pronunciada, tem a mesma fonética de um ponta de lança búlgaro. Experimentem introduzir no Google a frase "estudo conclui que...". É uma mistura de Stranger Things com Anatomia de Grey. Ora vejam: dançar é a melhor cura para o Alzheimer; as mulheres têm 72 dias de má pele por ano; as pessoas com olhos claros bebem mais; se houvesse um apocalipse, os zombies só precisariam de um ano para acabar com o Mundo; ver muita televisão queima calorias. Enfim, é todo um lado B da vida que nos interpela, sobressalta, e, frequentemente, diverte. Mas não fique preocupado por se sentir estúpido: há um estudo que conclui que o mais provável é andar a comer açúcar em demasia. Por isso, cuidado: a estupidez não mata, a obesidade sim.
* JORNALISTA
