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Theo van Gogh, o cinesta holandês que realizou o polémico "0605", sobre o assassinato do político, também holândes e controverso, Pim Fortuyn, morreu ontem, em Amesterdão, depois de ter sido agredido à facada e posteriormente abatido com vários tiros. As reacções não se fizeram esperar: o secretário de Estado holandês Atzo Nicolaï estabeleceu comparações entre os dois assassinatos, o do realizador e o do político.
A película "0605" fez furor antes mesmo de estrear nas salas . O polémico filme, com estreia marcada para 12 de Dezembro na Internet, recorre a imagens televisivas, e conta a história da morte do controverso dirigente popular da direita holandesa, Pim Fortuyn, assassinado em Maio de 2002, a escassos dias das eleições legislativas em que era candidato.
Além de realizador, van Gogh era ainda escritor e cronista. A maioria das suas obras ficaram marcadas pela controvérsia que causaram, e o autor já tinha sido ameaçado de morte. Foi o que aconteceu quando van Gogh estreou, ainda este ano, "Submissão", um filme sobre o Islão em que o cineasta toca, de forma corrosiva, em questões sensíveis, como o Corão e a condição das mulheres nos países islâmicos.
Theo van Gogh tinha 47 anos, cerca de 20 filmes realizados e três livros publicados. Era sobrinho-neto do pintor holandês Vincent van Gogh (1853-1890) .
O seu presumível assassino já foi detido pelas autoridades de Amesterdão. Trata-se de um indivíduo com nacionalidades marroquina e holandesa.