Cinco militares da GNR ficaram feridos, com queimaduras, num incêndio rural que deflagrou num monte no concelho de Mourão (Évora) esta segunda-feira. Três são considerados feridos graves.
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Os cinco militares terão sido apanhados pelas chamas quando o vento mudou de direção, afirmou o agricultor que socorreu três dos feridos.
Carlos Medinas contou à agência Lusa que "o helicóptero aterrou e os militares saíram para começar a combater o fogo", mas, depois de a aeronave ter levantado voo novamente, o vento virou-se "contra eles e eles começaram a fugir".
"Como eu também estava por perto, comecei a fugir também na carrinha, por pouco não ia ficando também lá no incêndio, mas eles chamaram-me e pediram-me socorro e eu levei-os em cima da carrinha e saí daquele local com três", relatou.
"Eu trouxe três porque foram aqueles que fugiram em direção à carrinha", acrescentou, indicando que os outros dois militares feridos foram socorridos mais tarde.
O agricultor alentejano afirmou ainda que, após se afastar das chamas, seguiu na carrinha com os três militares da GNR feridos em direção a Mourão quando foi informado pelos bombeiros de que já havia ambulâncias a caminho do local.
Carlos Medinas, dono de um terreno situado na zona onde lavravam as chamas, realçou que, quando soube do incêndio, dirigiu-se para o local para tentar "salvaguardar" a sua propriedade.
O incêndio rural, numa área de pasto, deflagrou hoje, por volta das 16.30 horas, no Monte do Canhão, no concelho de Mourão (Évora), e foi considerado "dominado" às 18.57 horas, disse à Lusa o Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Évora.
Cinco elementos do Grupo de Intervenção Proteção e Socorro (GIPS) da GNR sofreram queimaduras no combate às chamas, de acordo com um comunicado divulgado esta noite pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).
O combate às chamas mobilizou 74 operacionais, apoiados por 25 viaturas e cinco meios aéreos.
Dos cinco feridos, todos homens, três sofreram queimaduras consideradas "graves", enquanto os outros dois "foram assistidos no local e não necessitaram de mais cuidados", revelou fonte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).
Um dos feridos graves tem 32 anos e foi, inicialmente, transportado de ambulância para o Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), onde foi sujeito a avaliação médica. "Após a avaliação, foi transferido para o Hospital de S. José", disse fonte do HESE, sem prestar mais esclarecimentos.
A presidente da Câmara de Mourão, Maria Clara Safara, precisou à Lusa que os militares da GNR feridos pertencem à equipa do GIPS sediada no vizinho concelho de Moura, no distrito de Beja, e integravam a equipa do meio aéreo que participava nas operações de combate às chamas. Porém, não soube explicar como foram atingidos pelas chamas.
A autarca acrescentou ainda que o incêndio começou junto à fronteira com Espanha e que o combate envolveu meios portugueses e espanhóis.